Conhecendo Florianópolis: Praias e cultura açoriana estão entre as atrações do sul da Ilha da Magia
A Ilha de Santa Catarina, que abriga parte da capital catarinense, Florianópolis, é rica em festas, cultura e, claro, belezas naturais! Nos quatro cantos, é possível encontrar paisagens de tirar o fôlego e atrações para todas as idades. O sul da Ilha da Magia se caracteriza pelas praias de mar grosso e aspecto selvagem e por recantos açorianos que enchem os manezinhos de orgulho e encantam os turistas. Por isso, quem vem a Florianópolis deve reservar alguns dias para aproveitar tudo que o lado sul da Ilha tem a oferecer.
FLORIPA: O QUE FAZER NO SUL DA ILHA DA MAGIA
Ilha do Campeche
Um paraíso de Mata Atlântica, águas cristalinas em azul turquesa, mar calmo e areia branca. Um cenário que lembra as famosas praias do Caribe, assim é a Ilha do Campeche, um Patrimônio Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico Natural, tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A ilha tem valor histórico, devido aos sítios arqueológicos e dezenas de inscrições rupestres. As pinturas ajudam a contar a história dos primeiros habitantes da região).
Há também grande valor ambiental. Inúmeras espécies de animais terrestres e aquáticos e plantas têm o lugar como berço. Por isso, a entrada na Ilha do Campeche é restrita e todo o tempo de permanência é monitorado. São permitidos até 800 visitantes por dia, e cada pessoa pode permanecer no local por até quatro horas. O acesso é feito de barco (há embarcações autorizadas saindo das praias da Armação, Barra da Lagoa e Campeche).
Para os mais aventureiros, é possível explorar a Ilha através das trilhas – sempre com a companhia de um guia autorizado – e fazer mergulhos. As águas cristalinas permitem a observação de peixes por até 10 metros de profundidade. Quem prefere relaxar e aproveitar a vista, há um restaurante no local, mas também é permitido (e recomendado) levar lanches e bebidas para consumo próprio. Sempre com o cuidado de levar embora o lixo produzido e ter atenção com os quatis, que se aproveitam da simpatia para roubar comida dos visitantes.
Parque Nacional da Lagoa do Peri
A Lagoa do Peri atrai famílias inteiras em todas as estações. Oferece água morna e limpa – o lugar tem a certificação internacional Bandeira Azul, que atesta a qualidade da água e a sustentabilidade da gestão ambiental do Parque. É disputada por adultos e crianças durante o verão e tem local ótimo para fazer piquenique, soltar pipa e brincar no playground. Ainda, abriga o Projeto Lontra, onde é possível visitar os animais e conhecer um pouco mais sobre seus hábitos e a importância de preservar a espécie.
A Lagoa do Peri é o maior manancial de água potável da Ilha e sua reserva biológica possui um dos maiores e mais preservados trechos de Mata Atlântica do Sul do Brasil. Seus 5,2 km2 são tombados como Patrimônio Natural e abrigam espécies como lontras, macacos-prego, gralhas azuis e jacarés-de-papo-amarelo. O local tem, ainda, trilhas, como a que leva à cachoeira da Gurita, em uma das pontas opostas à entrada do parque. Esse trajeto reserva algumas surpresas.
Há pedaços de construções de antigos engenhos de farinha do século XVIII e a casa dos irmãos Israel e Osni, únicos moradores e uma espécie de guardiões da Gurita. Eles também são responsáveis por trazer de barco os visitantes que desejarem voltar pela Lagoa, explorando um dos visuais mais surpreendentes de Floripa.
Trilha da Lagoinha do Leste e Trilha de Naufragados
Diversão, muito contato com a natureza e belos cenários são as recompensas de quem se aventura pelas trilhas de Florianópolis. As três mais conhecidas do sul da Ilha são as que levam à praia da Lagoinha do Leste e à praia de Naufragados. Para a Lagoinha do Leste, é possível sair do Pântano do Sul e andar por cerca de uma hora e meia. Esse trecho é mais inclinado, mas é feito por mata fechada e é mais indicado para quem tem pouco preparo físico.
Para quem deseja mais aventura, tem a trilha que sai da praia do Matadeiro, com cerca de três horas de duração e alguns desafios, como pedras e desfiladeiros. A Lagoinha do Leste é a praia mais selvagem, preservada e paradisíaca de Florianópolis.
[Leia também: Uma viagem pela história dos principais pontos turísticos de Florianópolis]
Também paradisíaca é a praia dos Naufragados, na qual se chega em cerca de 45 minutos de caminhada por uma trilha razoavelmente fácil e muito bem sinalizada. Naufragados faz parte do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e está em área de preservação. Uma das atrações do lugar é a Fortaleza de Araçatuba (no momento, fechada para visitação), que data do século XVIII, o Farol dos Naufragados e a bateria de canhões.
Tanto na Lagoinha do Leste quando em Naufragados, é possível chegar ou sair também de barcos, mas é preciso ficar atento, pois esse serviço nem sempre está disponível fora da temporada.
Fazendas de ostras e gastronomia no Ribeirão da Ilha
A gastronomia é elemento fundamental da cultura açoriana, e isso se reflete nas diferentes rotas gastronômicas de Florianópolis. No continente, há a rota de Coqueiros e Itaguaçu, ao norte, há a de Santo Antônio de Lisboa, por exemplo. A rota gastronômica do Ribeirão da Ilha se destaca não somente pelos sabores dos pratos à base de frutos do mar – especialmente das ostras, cultivadas na mesma praia –, como também pelo charme do casario da Freguesia.
São construções dos séculos XVII e XVIII, muitas estão na mesma família há duzentos anos. Dão indícios de como era a vida no segundo bairro colonizado em Nossa Senhora do Desterro (como se chamava Florianópolis durante o Brasil colonial), após a chegada dos portugueses.
Além desses lugares, há, obviamente, praias incríveis, como o Campeche, o Matadeiro, o Morro das Pedras, a Armação, o Pântano do Sul, os Açores e a Solidão, para citar as mais famosas. Cada uma dela com características próprias, mas todas preparadas para receber moradores e visitantes todos os dias do ano.